Os nossos antepassados
foram arborícolas e só desceram das árvores, quando o degelo encolheu as
florestas e os membros do corpo humano ganharam agilidade e engenho. O próprio
corpo humano figura uma árvore: tronco direito, braços levantados, dedos
estreitos. A árvore está na origem e no fim, no berço e no esquife. A árvore
liga a terra ao céu e representa a fecundidade, a cura, a proteção a
resistência, a retidão, a renovação.
Ao longo dos tempos, as
religiões apropriaram-se de determinadas árvores para os seus sistemas
simbólicos: os egípcios associaram o cedro a Osíris; os gregos o loureiro a
Apolo, o abeto a Átis, a oliveira a Atenas e a azinheira a Zeus; os germânicos
colocavam presentes para as crianças debaixo dum carvalho.
A tradição judeo-cristã
fez também da árvore um dos seus símbolos mais poderosos: a árvore da vida, a
árvore de Jessé, a árvore da Cruz. O hábito de enfeitar uma árvore por alturas
do natal começou com os alvores do mundo moderno.
A árvore de natal é em
geral uma conífera, um pinheiro ou um abeto, porque as regiões bálticas onde a
tradição se iniciou, era a árvore mais comum. Afirmam alguns, que a primeira
árvore de Natal foi decorada em Riga, na Letónia, por volta de 1510. Outros
ligam a tradição a Martinho Lutero. Passeando pela floresta numa noite, nas
proximidades do natal, Lutero reparou na extraordinária beleza dos abetos
cobertos pela neve e pelo céu estrelado. Em casa, procurou reproduzir esse
cenário, acrescentando à árvore pequenos bocados de algodão, velas acesas e
outros enfeites. Durante o século XIX, a prática estendeu-se um pouco a toda a
Europa e Estados Unidos, generalizando-se depois ao mundo inteiro.