O
barco rabelo é uma embarcação portuguesa, típica do Rio Douro que tradicionalmente transportava as pipas de vinho desde o do Alto Douro, onde as vinhas se localizam, até Vila Nova de Gaia, onde o vinho era armazenado,
tratado e, posteriormente, comercializado e enviado para todo o mundo.
É um
barco de rio de montanha, embarcação de fundo chato, propositadamente
construída para navegar nos terríveis rápidos do Douro.
Por
forma, a navegar os rápidos de uma vez só, os rabelos precisavam de ser
posicionados com grande precisão no rio. Uma vez apanhados na corrente, nada
mais restava à tripulação do que ter esperar e rezar que estes emergissem
incólumes nas águas calmas que se seguiam. Era o único meio de transporte entre
as vinhas no Douro e as caves em Vila nova de Gaia.
Capaz
de transportar até 100 barris de vinho, os rabelos, eram instantaneamente
reconhecidos pelo seu longo e elegante remo de direção.
Doze
homens incrivelmente corajosos e fortes compunham a tripulação de cada rabelo,
todos eles sabendo que a próxima jornada poderia ser a sua última.
Quando
não havia corrente, os rabelos navegavam à vela ajudada por ventos favoráveis
ou puxados por sirgas (cordas)
a
partir de caminhos, por
homens ou por juntas de bois.
Apesar
da incrível habilidade das tripulações, muitas vidas foram perdidas no Douro,
incluindo o Barão de Forrester, que pereceu em 1861, juntamente com o seu
lendário cinto de dinheiro cheio de ouro.
Após a
conclusão da primeira via ferroviária do Douro, terminada em 1887, e o
desenvolvimento das comunicações rodoviárias, durante o séc. XX, o tráfego
fluvial assegurado pelos barcos rabelos, entrou em declínio.
Em 1961, no início do programa de aproveitamento hidro-eléctrico
do Douro nacional, apenas restavam seis barcos rabelos em atividade permanente,
dos cerca de 50 que chegaram a navegar no Douro.
A
última viagem comercial de um rabelo crê-se ter ocorrido em 1964.
Atualmente,
com uma atividade diferente, os rabelos são utilizados na famosa regata do São
João, aquando das festas populares da cidade do Porto, passeios no rio Douro, muito procurados pelos
turistas, e outras iniciativas para recordar os seus tempos de glória.
O
rabelo, pela sua origem, pelos seus serviços colaborador da prosperidade
duriense, é o brasão de armas da região, símbolo heráldico, honroso e
inconfundível, de uma região única no mundo.
ACTUALIZADO em 28-10-2015
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